DESIGUALDADE RACIAL E PANDEMIA
O Brasil está no topo da lista dos países mais desiguais do mundo. Numa sociedade estruturada no racismo e erguida em cima de corpos negros, as desigualdades partem desse lugar e se materializam de diversas formas. Com uma pandemia em curso, elas se intensificaram e já estão atingindo com crueldade a população negra e periférica do Brasil.
A Coalizão Negra por Direitos e mais de 150 entidades solicitaram que os dados divulgados pelo Ministério da Saúde apresentassem o recorte racial dos números dentre outras demandas. O último Boletim Epidemiológico (10/04) revelou dados que confirmaram:
A Coalizão Negra por Direitos e mais de 150 entidades solicitaram que os dados divulgados pelo Ministério da Saúde apresentassem o recorte racial dos números dentre outras demandas. O último Boletim Epidemiológico (10/04) revelou dados que confirmaram:
o Coronavírus é mais letal entre os negros no Brasil.
Isso é resultado de múltiplos fatores, a população negra é maioria dos pacientes com diabetes, tuberculose, hipertensão e doenças renais crônicas no país. Ainda que com muitas subnotificações e com a possibilidade desses números serem maiores, a letalidade do vírus sobre negros no Brasil pode ser vista quando observamos que o percentual de óbitos de pessoas negras (32,9%) é maior do que o percentual de pessoas negras hospitalizadas (23,1%). Lembrando que 67% dos brasileiros que dependem integralmente do SUS são negros.
Entendendo que raça determina classe social no Brasil, a desigualdade não se dá somente na atendimento hospitalar. O perfil das pessoas cadastradas no CADÚnico (para programas sociais como a renda emergencial e o bolsa família) são em sua maioria mulheres negras com renda de R$ 285 por mês. “A crise atual tem cor e gênero. É negra e feminina” descreveu Flávia Oliveira em sua última coluna. Além disso, a Síntese de Indicadores Sociais de 2019 mostrou que 63% das casas chefiadas por mulheres negras no Brasil estão abaixo da linha da pobreza. As mesmas também são as que mais possuem dificuldade de acesso à água e lidam com a falta de saneamento básico, estruturas mínimas para se cumprir as medidas de prevenção, como higienização das mãos e alimentos, estes que também faltam na mesa.
Fontes: G1 / O Globo / Ministério da Saúde / Síntese de Indicadores Sociais IBGE 2019 / BRK Ambiental e Trata Brasil / Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade / Coalizão Negra por Negra por Direitos
Isso é resultado de múltiplos fatores, a população negra é maioria dos pacientes com diabetes, tuberculose, hipertensão e doenças renais crônicas no país. Ainda que com muitas subnotificações e com a possibilidade desses números serem maiores, a letalidade do vírus sobre negros no Brasil pode ser vista quando observamos que o percentual de óbitos de pessoas negras (32,9%) é maior do que o percentual de pessoas negras hospitalizadas (23,1%). Lembrando que 67% dos brasileiros que dependem integralmente do SUS são negros.
Entendendo que raça determina classe social no Brasil, a desigualdade não se dá somente na atendimento hospitalar. O perfil das pessoas cadastradas no CADÚnico (para programas sociais como a renda emergencial e o bolsa família) são em sua maioria mulheres negras com renda de R$ 285 por mês. “A crise atual tem cor e gênero. É negra e feminina” descreveu Flávia Oliveira em sua última coluna. Além disso, a Síntese de Indicadores Sociais de 2019 mostrou que 63% das casas chefiadas por mulheres negras no Brasil estão abaixo da linha da pobreza. As mesmas também são as que mais possuem dificuldade de acesso à água e lidam com a falta de saneamento básico, estruturas mínimas para se cumprir as medidas de prevenção, como higienização das mãos e alimentos, estes que também faltam na mesa.
Fontes: G1 / O Globo / Ministério da Saúde / Síntese de Indicadores Sociais IBGE 2019 / BRK Ambiental e Trata Brasil / Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade / Coalizão Negra por Negra por Direitos
