“During the late 80’s and throughout the 90’s, graphic design was experiencing one of its most exciting and transformative periods. The Apple Macintosh computer has been introduced, design schools were exploring French linguistic theory, the vernacular has become a serious source of study and inspiration, the design and manufacture of typefaces was suddenly opened up to everyone who could use a computer, and for the first time in the United States, New York City was no longer the place to look for the latest developments in graphic design. Instead, the ideas and work that mattered came from places such as Valencia, California and Bloomfield Hills, Michigan, where the California institute of Arts and Cranbook Academy were the hotbeds of graphic design experimentation.” (EMIGRÉ Nº70))

Os anos 80 e 90 foram marcados por  mudança drásticas no universo da publicação, relativamente a revistas como a Emigré, Ray Gun, Fuse, entre outras. Estas apresentaram alterações radicais ao nível do design, da produção e da distribuição. A era das revistas, ou “The golden Age” como também ficou conhecida, não teve um fim, mas as mudanças trazidas, marcaram fortemente o imaginário por meio de mensagens simbólicas, marcas e estilos.

“Social diversity and fragmentation means that a magazine’s appeal rarely crosses taste or lifestyle boundaries.” No entanto, as novas tecnologias, o computador pessoal e em especial o Macintosh, trouxeram a possibilidade aos designers de produzir as suas próprias publicações e definir o conteúdo das mesmas. Possibilitou aos designers desenvolverem o seu trabalho do início ao fim sem que ficassem dependentes de algo ou alguém. O que causou alterações/consequências ao pequenos estúdios. “Before the Macintosh came in the early 1980s, the only magazines that could afford to have sophisticated design were produced by big publishers with big art departments and a lot of investment in the production side of things.”

Um dos debates que esta alteração tecnológica despertou foi, em torno da questão de estarmos apenas perante uma nova ferramenta ou uma nova linguagem. “Current magazines such as Mute and P.U.R.E were initially designed by people with little or no background in graphic design or magazine layout.” Se a tecnologia facilita assim tanto, será  que retira os valores e ideias que o design defende? O que nos leva a outra questão: será que o designer passa apenas a ser um editor ou permite-lhe ser autor também? 

O facto de o design ser guiado pela tecnologia, pode fazer com que haja barreiras entre o conteúdo e o leitor. David Carson diz: “I try to reinforce visually what’s written, spoken or sung. I want the work to connect with people on an emotional level, which is where I feel it’s most effective and lasting.” Carson, no seu trabalho, tenta estabelecer uma ligação entre o designer e o leitor de forma a prevalecer o poder que as revistas têm, transmitir uma mensagem forte e clara de forma eficiente, verdadeira e emotiva. “A few postmodern ideas like deconstruction, multiculturalism, complexity, pastiche, and critical theory could be useful to graphic designers if they could get beyond thinking about their work in terms of formal categories, technology, and media.” 

No entando, não quer dizer que as novas tecnologias sejam algo, por exemplo, as primeiras fontes criadas no Macintosh, eram pixelizadas e grandes, e algo que era considerado um defeito passou a ser um linguagem. Ou seja, a tecnologia vem permitir a criação de uma nova linguagem, existência de uma liberdade que dantes não era dada ao designer. Neste caso, a tecnologia é considerada um meio ou apenas determina o modo ou o estilo que as coisas devem de ser?

Este reader é dividido em 2 capítulos: Design and technology onde é explicado o debate e feita uma contextualização ao leitor e o segundo capítulo Interviews onde os designers explicam os seus métodos e objetivos.