Projeto desenvolvido para o Parla 2014, amostra de design de personagens, com o tema morte.
Carcará do Outono

Pastel Seco, Colagem Digital, Pintura Digital
 
O Carcará vestido de outono representa a memória que se deteriora com o tempo. Independente da invernada, nosso pássaro mortífero vagueia o Sertão em busca de sua presa. O outono premedita o inverno e a presença do carcará se torna ameaça iminente.
 
“Fiz do meu outono o momento presente da morte e do renascer, como um amor que desvanece e começa a dar espaço para outros gostares. O pé no chão e a cabeça nas nuvens é um estado recorrente dentro de mim e o que me encanta no Carcará é a singularidade do seu vôo contraposta à sua caminhada na vida. A imagem que se deteriora é em sí uma forma de morrer, cuja lembrança se torna mais passada a cada segundo. A distância como perda da memória concreta. Tem que ter coragem para pegar, matar e comer, mas muito mais coragem para esquecer do rosto de quem se vai. Auslösen é uma palavra que no alemão pode significar tanto solucionar como desvanecer. Assim que funciona o outono.”
 
O Carcará foi criado para ilustrar um livro escrito por um brasileiro em exílio que experiencia pela primeira vez a intensidade das estações do ano germânico e descreve a influência das mudanças climáticas nos seus sentimentos. A peça fala sobre saudade e lembranças - todo o conjunto de memórias que são cultivadas ou negadas, vindo a tona ou se perdendo - e relata a luta psicológica que a distância da terra natal proporciona.
 
As referências de criação do personagem são encontradas na música “Carcará” de João do Vale e José Cândido e no folclore brasileiro.
Carcará
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Carcará

Personagem desenvolvido para o Parla

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