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Sinalização dos trens do Rio de Janeiro

Cenário
No período de 2010 a 2016, a cidade e o estado do Rio de Janeiro passou por um processo de transformação na infraestrutura para receber grandes eventos: Copa do Mundo FIFA e os Jogos Olímpicos Rio, previstos para 2014 e 2016, respectivamente.

Em ambos os eventos, alguns dos principais locais de competição estavam sediados nos arredores das estações do trem do Rio, o que levou o Governo do Estado e a SuperVia, concessionária que operava do trem do Rio no período, a investirem na requalificação do modal.

Um dos eixos de transformação foi a comunicação visual (no contexto de wayfinding), sobre o qual estamos tratando neste projeto.
Premissas
Em função da construção de novas estações olímpicas, foi contratado o escritório Valéria London Branding e Design para desenvolver o conceito do novo projeto de wayfinding destas estações. A partir da programação visual das estações, foi desenvolvido (in-house) o projeto contemplando o material rodante (trens enquanto veículo), obtendo assim, consistência visual.

Foram alguns dos requisitos originais:
- Redução na manutenção com a troca ou reposição de peças por vandalismo;
- Atendimento às normas técnicas da ABNT;
- Contemplar três idiomas (português, inglês e espanhol);
- Consistência visual e escrita com os demais pontos de contato.
Desenvolvimento
Para o primeiro requisito, foi realizado pesquisas de observação em campo para entender a dinâmica dos casos de vandalismo mais comuns na ferrovia, com a análise de câmeras de monitoramento, observação das peças mais vandalizadas e seus possíveis motivos, e entrevistas com funcionários das áreas de manutenção e segurança patrimonial.

Com estes dados reunidos, foi possível realizar benchmarking em outros sistemas metroferroviários e coletivos urbanos, como: Metrô/SP, CPTM/SP, CBTU/BH e RIT/Curitiba, para a observação de práticas adotadas nestes sistemas. O desafiador cenário encontrado nos trens do Rio surpreendeu até mesmo a engenheiros da experiente companhia do Metrô de SP.

Após testes em campo e de resistência, com o apoio da fabricante de trens francesa Alstom e a fabricante de polímeros 3M, foi possível obter um modelo de sinalização que fosse mais robusto e resistente não só a vandalismos, mas ao dia a dia da ferrovia. A combinação de um adesivo acrílico com fibra de vidro na composição, sob uma placa de policarbonato com impressão UV reversa, se mostrou a solução mais adequada a realidade do cenário e de encontro com as premissas originais.

Ao final do ano de 2016, com 60% do projeto concluído, foi observada uma redução de 70% dos casos de vandalismo de peças de comunicação no material rodante, com uma economia estimada (em valores da época) de cerca de 600 mil reais em materiais. Em composições totalmente equipadas com o novo projeto, o vandalismo nestas peças chegou a ser de zero.

Levando em conta os princípios de direção, informação, identificação e segurança operacional, foi feito um levantamento das necessidades de sinalização, com alguns dos resultados a seguir.
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