LookSea
12.2021
Um dos grandes problemas que resultam no colapso de alguns ecossistemas e destruição de habitats são as chamadas “dead zones”. Como o nome indica, tratam-se de zonas mortas onde as espécies marinhas não conseguem sobreviver. Este problema deve-se
a um fenómeno de desoxigenação que acontece graças à descarga excessiva de nutrientes provenientes de emissários de esgoto
e escoamento agrícola (entre outros) no oceano. A presença destes nutrientes no mar resulta no crescimento desmedido de algas que, por sua vez, ocupam grandes áreas e consomem o oxigénio disponível, reduzindo-o a menos de 2 ml por litro.
Dados todos os riscos de destruição e extinção do mar e dos seus ecossistemas, foi criada uma associação que visa reverter danos, ajudar na melhoria do oceano e inspirar à mudança de cada um de nós neste mesmo sentido. LOOK AT THE SEA, REPAIR THE OCEAN é o mote da marca à qual podem, futuramente, ser associadas numerosas campanhas e pode ser que, talvez, possam ser feitas mudanças em grandes proporções pelo apelo ao cidadão comum e à transformação que o próprio consegue fazer com pequenas ações.
Para a criação do logo foi feito um jogo de letras com a terminação da palavra “Look“, que por sua vez termina em “ok“.
Assim, foi usado o “ko“ ao invés de “ok“ já que o estado do oceano é mau (certamente nao estará “ok“). Aliado a este conceito,
foi usada a figura de ostra e pérola como símbolo da preciosidade que é o oceano e encaminhando para a sua proteção.
Com a redução das dead zones e a travagem do seu crescimento em mente, foi criada uma campanha de sensibilização à volta
do tema repartida em três fases: uma primeira para influenciar e cativar o público (também para apresentar a marca), a segunda
para consciencializar e expor o problema e a terceira para inspirar à mudança e apresentar possíveis formas de ajudar. Esta campanha
foi pensada para a praia de Matosinhos e a sua marginal embora pudesse perfeitamente integrar outras zonas litorais. Os meios
de publicidade e partilha passam por posters com chamadas de atenção ao tema, merchandising como meio de espalhar e partilhar
o problema e as respetivas soluções, a cobertura de uma grande superfície como modo de chamada de atenção, uma experiência
mais emersiva e interativa num contentor, entre outros. O slogan do projeto foi aliado ao da própria marca e obteve-se “Look at the Sea. Repair the ocean. Repair the dead (z)ones.” Onde foi feito um jogo de palavras que remete para a reparação das “dead zones”
mas também dos “dead ones” (referente a todos os animais que morrem devido a este problema).
A forma de comunicação da problemática da campanha passou por um conceito bastante simples adaptado aos grafismos de todos
os suportes, a ideia de que as “safe zones” estão cada vez mais escassas e o espaço para os seres marinhos sobreviverem
está gradualmente a diminuir. Assim, em todos os meios de divulgação está presente um gradiente que representa a dead zone
e o espaço que a mesma ocupa e um pequeno círculo branco que simboliza o espaço livre, que é extremamente reduzido.
Este grafismo é acompanhado pela frase “What if this was all you had?” E sugere ao público que se relacione com o assunto, perguntando-se como seria se a sua liberdade se limitasse àquele espaço. Numa fase seguinte a frase passa a ser “What if this was
all you had to do?” Também para apelar ao público e mostrar que os passos para a melhoria do problema das “dead zones” não são algo inalcançável ou que possa sequer causar constrangimentos.