Kellen Melo's profile

E depois de Anne de Green Gables?

5 coisas para assistir e ler depois de Anne de Green Gables

Anne de Green Gables é um livro do início do século XX, mais precisamente 1908. A melhor relação histórica que posso fazer é que o Titanic afundou em 1912. Então assimile as roupas, a cultura, a moralidade e o estilo pra entender o contexto histórico em que esse livro foi criado e para refletir sobre a série inspirada nele que foi produzida em 2017, e logo verá que claramente vai existir uma dicotomia entre eles, sendo a série uma releitura feita para a atualidade.
Passado esse entendimento, que pegou de surpresa fãs desavisados da série buscando nos livros um novo Harry Potter e não encontrando, fica mais fácil entender as obras.
Ainda assim é preciso reverenciar Lucy Maud Montgomery e seu trabalho original que vem quebrando alguns paradigmas desde os anos 10. Sim, Anne de fato foi rejeitada por não ser um menino e provou seu valor sendo mulher, impulsiva, falante, opinativa e forte, do jeitinho que ela era. Mas não acredito que tenha sido um símbolo sufragista tanto quanto hoje a série brinda o feminismo com diversas cenas e citações.
Inegavelmente, Lucy faz um autorretrato com liberdade poética. Sua mãe morreu de tuberculose quando ela ainda era bebê e então seu pai deu a sua custódia para os avós maternos da pequena Lucy. Logo aí já vemos a menina órfã indo morar com os idosos que no livro são Marila e Mathew.
A autora também nasceu em sua amada Ilha de Príncipe Eduardo, onde se ambienta a história de Anne, mas muito de sua vida pessoal enquanto esposa e mãe também são retratados nos livros seguintes.
Durante sua vida, Montgomery publicou 20 romances, mais de 500 contos, uma autobiografia, e um livro de poemas. Consciente de sua fama, em 1920 começou a editar e recopiar seus diários, apresentando a vida como ela queria que fosse lembrada, alterando ou omitindo alguns episódios. Quem duvidaria que Anne faria o mesmo?
9 livros, 3 filmes para o cinema, 14 filmes para a TV, 6 séries (Você esperava por essa?), uma em anime, uma web-série e agora uma petição com mais de 1 milhão de assinaturas (julho de 2020) e uma declaração da produtora Moira Walley-Beckett de que gostaria de ainda fazer um filme sobre o que trata Anne with an E, deixam claro que Anne ganhou seu espaço e contou sua história.
Independente do que leva uma pessoa a se encantar pela personagem, muitos que se apaixonam sentem um “querer mais”, então deixo aqui algumas dicas de produções que me ajudaram a passar pela saudade:
Livro: Mulherzinhas – Louisa May Alcott
Série homônima : Little Woman (Amazon Prime) (não recomendo o filme com Emma Watson)
Série: When Calls The Hearth (Netflix)
Filme: Heidi (2015, germano-suíço com Anuk Steffen)
Filme: A princesinha (1995, direção de Alfonso Cuarón)
E uns que não tem nada a ver, mas eu senti um sentimento parecido com o que senti ao assistir (e reassistir) a série Anne with an E:
Netflix: Uma Beleza Fantástica, Doces Magnólias, Chesapeake Shores, Good Witch.
Amazon Prime: Marvelous Mrs. Maisel, Os filmes das American Girls.
Livros: Pollyanna – Eleanor H. Porter e Jardim Secreto – Frances Hodgson Burnett.
Não sei qual o futuro de Anne with an E, mas despertou em alguns a paixão por ler, em algumas editoras despertou uma produção mais econômica de livros clássicos e em espectadores despertou boas reflexões não apenas sobre feminismo, mas também sobre racismo, segregação indígena e relações humanas, então sou muito grata a Anne, e recomendo fortemente.

Conheça mais em: https://portfoliokellenmelo.wordpress.com
E depois de Anne de Green Gables?
Published:

E depois de Anne de Green Gables?

Published:

Creative Fields